DTM em crianças: como identificar o problema
Entenda os sinais da disfunção temporomandibular em crianças, suas causas e como a odontologia pode ajudar no diagnóstico precoce.

A DTM em crianças é um tema que vem ganhando cada vez mais atenção dentro da odontologia. A disfunção temporomandibular, também chamada de DTM, acontece quando há alterações na articulação que liga a mandíbula ao crânio, a chamada articulação temporomandibular (ATM). Essa articulação é responsável por movimentos essenciais, como mastigar, falar e bocejar.
Quando algo não funciona bem, a criança pode sentir dor, apresentar estalos ao abrir e fechar a boca ou até desenvolver limitações nos movimentos mandibulares. Identificar esses sinais de forma precoce é fundamental para garantir um tratamento eficaz e evitar complicações futuras.
Muitos pais acreditam que a DTM é um problema exclusivo de adultos, mas a realidade mostra que crianças também podem sofrer com essa condição.
A diferença é que, na infância, os sintomas podem ser confundidos com outras situações comuns, como dor de ouvido, dor de cabeça ou desconforto durante a mastigação.
Esse cenário exige atenção redobrada dos responsáveis e acompanhamento odontopediátrico, já que quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais simples e eficaz tende a ser o tratamento. O papel do dentista é essencial para orientar os pais e cuidar da saúde bucal da criança.
Entre os fatores que favorecem o surgimento da DTM em crianças estão o bruxismo infantil, o estresse emocional, má oclusão dentária e hábitos orais inadequados, como roer unhas ou morder objetos.
Cada um desses elementos pode sobrecarregar a articulação temporomandibular, levando ao aparecimento dos sintomas. O acompanhamento odontológico é indispensável para diferenciar a origem do problema e definir o melhor plano de tratamento para cada paciente.
Sinais que merecem atenção

Os sintomas da DTM em crianças podem variar bastante, mas existem alguns sinais que costumam ser comuns e que devem servir de alerta para pais e cuidadores.
Entre eles estão: dor na região da mandíbula, dor de cabeça frequente, estalos ao abrir ou fechar a boca, dificuldade para mastigar alimentos mais consistentes e sensação de cansaço nos músculos faciais. Em alguns casos, a criança também pode apresentar travamento da mandíbula, o que limita os movimentos e causa bastante desconforto.
Outro ponto importante é a dor que pode irradiar para áreas próximas, como ouvido, pescoço e têmporas. Isso muitas vezes confunde os pais, que pensam se tratar de uma dor de ouvido recorrente.
O olhar atento do odontopediatra é essencial para diferenciar a origem da queixa e indicar se há realmente uma disfunção na ATM. O diagnóstico precoce evita que a criança conviva com dores crônicas ou desenvolva alterações no crescimento facial.
Nessa investigação, o papel de um dentista especialista DTM é indispensável. Ele possui a experiência necessária para identificar se os sintomas realmente têm origem na articulação temporomandibular e para indicar o tratamento mais adequado.
A atuação desse profissional ajuda a evitar diagnósticos equivocados e garante que a criança receba cuidados direcionados, aumentando as chances de um desenvolvimento saudável da mandíbula e de uma vida livre de dores.
Fatores de risco na infância
Existem situações específicas que aumentam o risco de a criança desenvolver DTM. O bruxismo, que é o ato de ranger ou apertar os dentes, é um dos principais. Ele pode estar ligado a ansiedade, estresse ou alterações no padrão de sono.
Além disso, problemas de má oclusão dentária, quando os dentes não se encaixam da forma correta, geram sobrecarga na articulação e favorecem o surgimento dos sintomas.
Crianças que mantêm hábitos como mastigar apenas de um lado, apoiar o rosto constantemente nas mãos ou morder lápis e canetas também ficam mais vulneráveis.
Outro fator relevante é o histórico familiar. Em muitos casos, pais que apresentam disfunção temporomandibular ou bruxismo podem perceber os mesmos sinais nos filhos. Isso reforça a importância do acompanhamento odontológico desde cedo, não apenas para prevenção de cáries e gengivite, mas também para avaliação do desenvolvimento da ATM.
A odontopediatria desempenha papel crucial nesse processo, atuando de forma preventiva e orientando os responsáveis.
Diagnóstico odontológico
O diagnóstico da DTM em crianças é feito por meio de uma avaliação clínica detalhada. O dentista analisa os movimentos mandibulares, observa se há estalos, limitações ou dor durante a abertura e fechamento da boca.
Em alguns casos, exames de imagem, como radiografias ou ressonância magnética, podem ser solicitados para investigar melhor a condição da articulação.
A história clínica também é importante, pois sintomas relatados pelos pais ajudam a identificar se há padrões de dor recorrente ou hábitos que possam estar prejudicando a criança.
Vale destacar que o diagnóstico precoce permite uma intervenção menos invasiva e com maior chance de sucesso. O acompanhamento periódico ajuda a monitorar a evolução da ATM e a planejar estratégias que minimizem a sobrecarga da articulação.
Por isso, pais que notam comportamentos como ranger de dentes durante a noite ou queixas de dor ao mastigar devem procurar um odontopediatra o quanto antes.
Tratamentos mais indicados
O tratamento da DTM em crianças varia de acordo com a gravidade do quadro e a causa identificada. Em casos leves, medidas simples como exercícios para relaxar a musculatura, orientações sobre postura mandibular e eliminação de hábitos prejudiciais já trazem melhora significativa.
Quando o bruxismo está presente, o dentista pode indicar o uso de placas de mordida infantis, adaptadas para proteger os dentes e reduzir a pressão sobre a articulação. Para situações em que há má oclusão dentária, pode ser necessário iniciar tratamentos ortodônticos precoces. O objetivo é corrigir o encaixe dos dentes e aliviar a sobrecarga sobre a ATM.
Sessões de fisioterapia orofacial também são indicadas em alguns casos, auxiliando no fortalecimento muscular e na melhora da função articular. O acompanhamento multidisciplinar, envolvendo psicólogos e fonoaudiólogos, pode ser importante quando fatores emocionais e de fala estão associados.
Prevenção e cuidados no dia a dia

Prevenir a DTM em crianças passa por hábitos saudáveis e acompanhamento odontológico regular. Estimular a mastigação equilibrada, evitar que a criança roa unhas ou morda objetos e observar sinais de bruxismo noturno são atitudes que ajudam a reduzir os riscos.
Também é importante incentivar momentos de relaxamento, já que o estresse pode ser um gatilho para a disfunção temporomandibular. O dentista é o profissional indicado para orientar os pais sobre essas práticas e indicar a melhor conduta em cada caso.
Consultas periódicas ao odontopediatra não devem se restringir apenas à prevenção de cáries. A avaliação da articulação temporomandibular deve fazer parte do acompanhamento, garantindo que qualquer alteração seja identificada rapidamente.
Dessa forma, a criança cresce com mais saúde bucal e qualidade de vida, sem conviver com dores e limitações funcionais.
Conclusão
A DTM em crianças é uma condição que merece atenção, pois pode impactar diretamente a saúde bucal, o desenvolvimento da mandíbula e o bem-estar geral.
Reconhecer sinais como dor, estalos e dificuldade de mastigação é fundamental para buscar ajuda odontológica no momento certo. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e orientação profissional, é possível controlar o problema e garantir que a criança tenha uma infância mais saudável e sem desconfortos.
A odontologia, especialmente a odontopediatria, tem papel essencial nesse cuidado, oferecendo soluções personalizadas e eficazes para cada paciente.